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quarta-feira

Vacuidades 11/23


Rondando o fio de ainda existir
As teias traçadas pela vontade
Inversamente a dura realidade
À vida que se deve assumir

E o que é a vida senão miragem
Misto de volúpia, desejo e paixão
Enquanto que a morte não passa de voragem
De ritos, crenças, consolo e uma doce ilusão?

O que é a vida senão vazio de morte
Alegrias artificiais até a comoção
Dependência eterna e pingo de sorte?

Seria a morte o eterno vazio de vida
O estagnar em vácuo sem ação
Ou simples desculpas d’alma prevenida

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