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sexta-feira

Vacuidades parte 8/23

Um sopro toca o instante
O corpo que se nega a sensações
Ainda que mínimas, se nega

Injeta-se corpo adentro
Espanta tamanho espaço vazio
Vazio de vida e sentimento

Só mesmo a brisa, o vento...
A natureza sutil para tocar o corpo
Para fazer o ser sair de dentro de si

Recomeçar? Talvez uma dor forte
Dor de dente – Melhor que na alma
Que o vazio de entregar-se ao nada

À eterna calma espiritual obrigatória
Post-mortem consciente e humano
Incumbência indigna de tamanha tristeza

Triste segue a vida sem sentir nada
Nem mais o vento, o tempo ou algo
Que sugira existir este momento...


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