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sábado

OBSERVAÇÕES


Vejo plantas de plástico
Quase vivas
Ao lado das vivas
Quase mortas
(expostas)
Em prateleiras brancas
Preferidas
Por compradores tortos
Semimortos
Olhos verdes, espinhentos
Mal-humorados
Quase vivos
Frios, sem sentimentos
Como as flores de plástico
Paradas
Em mesas nas casas
Pegando pó
Fazendo flores chorar
(chega a dar dó)
Seres ainda vivos
Na sala
No ambiente morto
Com objetos sólidos
Nus, pesados, mórbidos
Sem luz, parados, sentados
Quase mortos
Olhando flores
Já mortas – o frio corta minha espinha
Abro a porta
Entrevejo;
Plantas de plástico “quase vivas!”
poesia do livro essência de tudo/2009 - Meireles editorial

quinta-feira

Coletâneas...

quarta-feira

O temor


Confusão entre desespero e apelo á dura realidade
Misto de desejo e não querer
Confusão entre querer e aversão
E finalmente: o não entendimento

Névoa que encobre o amor, amor!
Mesmo que ímpar, não correspondido
Mal entendido e objeto de julgamento

Lamento pela livre opção
Pelo erro de escolha, de acerto
Pelo erro... Erro sem conserto
Feito junta de anjos caídos
Acima de meus pobres ouvidos
Em eterno concerto – infernal

Mensagem ininterrupta, enfim;
Acima de meus pobres ouvidos dizendo:
Fim, fim, fim...
Poema do livro "Essência de tudo" Meireles Editorial / 2009.